1.
O
QUADRIL
A
junta do quadril consiste na articulação da cabeça do fêmur com a cavidade
profunda do acetábulo em forma de cápsula do quadril. A sua construção
permite uma mobilidade, não tão móvel como a articulação do ombro, e sua
função de sustentação de peso torna-a mais estável. No entanto a função
do quadril não é só sustentar e distribuir cargas, mas também facilitar o
movimento do corpo através do espaço, de uma forma indolor, com movimentos
controlados entre a coxa e o tronco. O padrão rítmico em que isso ocorre é
necessário para a eficiência do movimento. A mobilidade e a estabilidade da
articulação do quadril nos permite não apenas o movimento no espaço, mas
também a confortável adaptação aos vários tipos de cadeiras, para a flexão
necessária para as atividades diárias. Quando a articulação do quadril se
torna rígida, ou causa algum grau de desconforto, diminui a sua mobilidade e
estabilidade. Em função de que a articulação do quadril faz parte de uma
cadeia cinética fechada, qualquer estresse anormal desta articulação será
transmitido superiormente em direção ao tronco, inferiormente em direção ao
joelho, tornozelo e pé. De fato, uma alteração no quadril pode ser responsável
pelo surgimento de assimetrias e desconforto desde o pé até o pescoço.
2. A
ANATOMIA DO QUADRIL
O
quadril é formado basicamente das cristas ilíacas, do sacro, ísquios e fêmur,
formando assim a cintura pélvica.
.
Psoas Maior;
.
Ilíaco;
. Sartório;
.
Reto Femoral; e
.
Pectíneo.
. Grácil;
. Adutor Curto;
. Adutor Magno; e
. Adutor Longo.
. Glúteo Médio;
. Tensor da Fáscia Lata; e
. Glúteo Mínimo.
.
Glúteo Máximo;
. Semitendinoso;
. Semimembranoso; e
. Bíceps Femoral (porção
longa).
. Piriforme;
. Quadrado Femoral;
. Obturador Interno;
. Obturador Externo;
. Gêmeo Superior; e
. Gêmeo Inferior.
. Semitendinoso;
. Semimembranoso;
. Adutor Magno;
. Grácil;
. Glúteo Mínimo; e
. Glúteo Médio.
Os
músculos envolvem completamente a cápsula do quadril e produzem movimento em
três planos. Os flexores e extensores fornecem movimento no plano sagital, os
adutores e abdutores, no plano frontal e os rotadores do quadril são responsáveis
pelo movimento no plano transverso.
3.
SÍNDROME
DO PIRIFORME
A
síndrome do piriforme é uma irritação do nervo ciático quando ele passa
abaixo ou entre as fibras do músculo piriforme. Na maioria dos casos, o nervo
ciático passa abaixo do músculo piriforme, mas em 15% da população o nervo
passa pelo meio separando o músculo em duas partes.
A
síndrome do piriforme ocorre mais freqüentemente em homens do que em mulheres,
numa proporção de 6:1 e pode causar dor crônica. Pode também ocorrer como
conseqüência de compressão do nervo ciático pela tensão do músculo
piriforme.
Obs.:
a dor ciática verdadeira, ou seja, o surto, inicia-se na coluna lombar e segue
o trajeto do ciático, diferentemente da síndrome do piriforme.
a)
Achados Clínicos:
O
paciente com síndrome do piriforme se queixa de dor profunda e localizada na
superfície posterior do quadril, perto da incisura ciática. Também pode haver
dormência e formigamento em direção à perna, e uma lombalgia indicando o
comprometimento do ciático. Um exame completo na região lombar e sacro-ilíaca
afastam estes locais como causa da dor. Entretanto, deve-se ficar alerta para o
fato de que o desequilíbrio pélvico pode ser responsável por um desequilíbrio
entre os rotadores internos e externos.
Os
achados mais significativos na determinação do acometimento do piriforme é a
presença de dor tanto na rotação externa resistida quanto no estiramento
passivo dos rotadores internos. Os rotadores externos profundos podem ser
palpados com o paciente em decúbito prono em posição de rã. Assim percebe-se
uma tensão e dor, conseqüentemente à palpação.
b)
Tratamento:
Caso
o nervo ciático esteja muito irritado ou inflamado, o tratamento inicial pode
ser calor superficial, tens, iontoforese, laser, repouso e analgésico. Um leve
estiramento pode ser realizado posteriormente em posição de decúbito lateral
ou em posição sentada. Os exercícios de contrair-relaxar realizados em decúbito
ventral também são efetivos no relaxamento do músculo piriforme (Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva). Os estiramentos realizados pelo próprio paciente
também são de grande importância ao tratamento. A massagem em fricção
transversa profunda também é efetiva no tratamento da tensão do músculo
piriforme.
|