Referência  em  FISIOTERAPIA  na  Internet

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Trabalho realizado por:
Daniele de Lucas - Érika Faria - Fabiano Fintelman - Michelle Cristina S. Vaz - Vivianne Azevedo Marins

Orientador:
Prof. Blair José Rosa Filho


TECIDO CONJUNTIVO E FÁSCIA


INTRODUÇÃO

O órgão que transmite os movimentos no corpo, que cria toda a nossa estrutura espacial, é o tecido conjuntivo. Este tecido, ao mesmo tempo macio e duro, forma o que Ida Rolf chamava de órgão da estrutura. Cada músculo, cada fibra muscular e também os organismos viscerais e neurológicos são envolvidos pelo tecido conjuntivo, chamado também de fascia. 

As fascias se estendem pelo corpo desde os ossos, recobrindo e entranhando todas as estruturas, até "envelopar" todo o corpo em uma camada contínua, logo abaixo da pele, que é chamada de fascia superficial.

Mudanças tanto físicas quanto químicas, em qualquer parte desta extensa rede miofascial, serão sentidas de alguma forma em toda a rede, através de sua organização continuada. 
Recorrendo a uma forma muito precisa e especial de tocar a estrutura, os rolfistas se utilizam dessa rede miofascial como uma via pela qual são produzidas mudanças espaciais e funcionais em todo o corpo. 

O Método Rolf de Integração Estrutural é um processo de reeducação corporal através da manipulação do tecido conjuntivo. Em uma série de dez sessões, cada uma com objetivos estruturais específicos, o corpo é liberado dos padrões de stress causados por problemas físicos e emocionais. A Integração Estrutural pode ser traduzida como a arte de esculpir o relacionamento ideal entre a gravidade e o corpo humano, organizando os músculos ao redor de um eixo vertical. À medida em que essa relação evolui, os desconfortos físicos crônicos diminuem. Como o comportamento e as emoções estão diretamente ligados à estrutura, a experiência da Integração Estrutural atinge todas as áreas da vida: física, mental e emocional.



TECIDO CONJUNTIVO E FÁSCIA


O óvulo fecundado diferencia-se em três sistemas funcionais, ectoderma, endoderma e mesoderma, nessa mesma ordem cronológica.

Na chamada Integração Estrutural a preocupação é relativa aos desvios das estruturas derivadas do mesoderma. Em qualquer corpo humano, a posição do espaço físico é determinada por elementos derivados do mesênquima (uma subdivisão do mesoderma), especificamente osso, músculo, ligamento, tendão e fáscia.

A fáscia é uma lâmina de tecido conjuntivo contínua que se espalha como uma teia tridimensional , sem interrupção , através do corpo . A maioria de suas fibras são arranjadas longitudinalmente da cabeça ao pé. Existem também fibras em orientação transversal na base do crânio , no hióide , na abertura superior do tórax e no diafragma respiratório e pélvico , que agem para suportar o corpo .

Funcionalmente , a fáscia está em volta de todas as estruturas do corpo e então ajuda a suportar e proteger todas essas estruturas . Ela cria uma separação entre órgãos , ossos , vasos condutores e músculos. A fáscia também cria espaço para estruturas delicadas como nervos e vasos condutores do sangue e linfa.

Quando submetida a um esforço contínuo e excessivo, a fáscia se adensa, engrossa e perde a elasticidade, tornando-se mais curta ao se recuperar. Com o adensamento do tecido, as relações entre os músculos ficam prejudicadas e o corpo adota um novo padrão postural para se adaptar à nova situação, visto que as áreas mais espessas transmitem tensão em muitas direções, e sua influência é sentida em pontos distantes, assim como o nó em uma malha pode distorcer a malha inteira.

À luz da Integração Estrutural, a fáscia forma um tecido intrincado coextensivo ao corpo, fundamental para o corpo, fundamental para seu bem-estar e fundamental para o seu desempenho.

Há vários tipos de camadas fásciais. A fáscia superficial é um tecido fibroareolar que contém a maior parte das gorduras do corpo. Ela pode esticar-se em qualquer direção e ajustar-se rapidamente a tensões de todos os tipos. A fáscia profunda é uma camada mais densa. No corpo saudável, sua cobertura lisa permite que as estruturas vizinhas deslizem umas sobre as outras. Todavia, depois de doenças inflamatórias ou processos traumáticos, as camadas aderem umas às outras, como se estivessem "coladas". Tendo ocorrido isso, elas não deslizam mais, mas fazem com que as camadas adjacentes sejam repuxadas umas sobre as outras, contribuindo assim para a exaustão geral e tensão.


O NASCIMENTO DO MÉTODO ROLF

Sua definição segundo Jeff Maitland & Jan Sultan:


"Rolfing é a filosofia, a ciência e a arte de integrar a estrutura do corpo humano no espaço/tempo e na gravidade, através da manipulação miofascial e educação do movimento".

Ida Rolf, Ph.D. em Bioquímica pela Universidade de Columbia, ao longo das suas pesquisas científicas, fez uma descoberta muito importante sobre a constituição do corpo humano: a rede de tecido conjuntivo, que envolve e conecta o tecido muscular, tem propriedades plásticas e elásticas que fazem com que seja possível alterar a forma e a relação desse sistema (músculo/tecido conjuntivo) nos diversos segmentos corporais, em qualquer época da vida.

Todo músculo e cada fibra muscular são envolvidos por uma espécie de tecido conjuntivo chamada fáscia. A fáscia tem a forma de tendões e ligamentos nas extremidades dos músculos, assumindo a função de conectar músculo a osso e músculo a outro músculo. É a fáscia, portanto, que suporta os músculos e mantém a relação desses com os ossos, determinando, basicamente, a forma do corpo.

A descoberta da Dra. Rolf sobre a importância da fáscia revolucionou o pensamento sobre o corpo. Sabe-se, atualmente, que o tecido fascial pode ser alterado, respondendo à aplicação de energia nas formas de pressão e calor. Mediante a aplicação de uma dessas formas de energia (no caso do Rolfing a pressão), a fáscia torna-se mais solúvel e pode permitir que as estruturas contidas no seu tecido alterem seu arranjo e se adaptem numa relação mais harmoniosa com as partes adjacentes do corpo.



AS SESSÕES

Cada sessão da série standard, criada pela Dra. Ida P. Rolf, se constrói sobre os resultados obtidos nas sessões anteriores, em um processo de integração permanente.

Cada sessão tem objetivos específicos e trabalha com determinadas áreas do corpo, determinadas regiões anatômicas e diferentes níveis de profundidade. Sem nunca perder de vista a integração do corpo como um todo, os objetivos do Rolfing vão sendo atingidos a cada sessão e sedimentados de forma cumulativa.

Considerando as diferenças individuais dos clientes e dadas as suas limitações, dificuldades e qualidades específicas, o Rolfista cria um plano de sessões com características próprias a cada cliente, sem perder de vista uma linha básica de ação que norteia toda a série.
O trabalho do Rolfista tem início com a observação e análise da estrutura corporal e dos padrões do movimento do cliente. Juntos, Rolfista e cliente, discutem as suas sensações e percepções, observando o alinhamento dos segmentos do corpo, a relação deles entre si, áreas de imobilidade e de tensão, áreas com rotações e torções, como também problemas específicos (geralmente dores) trazidos pelo cliente. 

Juntamente a esses procedimentos, o cliente é fotografado, de corpo inteiro, em quatro posições (frente, costas e dois perfis), antes da primeira sessão, durante o processo e ao final da décima sessão. Essas fotografias são um valioso instrumento de avaliação do processo, além de serem importantes para auxiliar a percepção e reeducação do cliente.
Com duração aproximada de uma hora, as sessões podem acontecer em intervalos de uma semana a um mês.

Utilizando as mãos, os braços e, às vezes, os cotovelos, o profissional inicia o trabalho pressionando o tecido fascial, de modo a melhorar o relacionamento entre o tecido, os ritmos de respiração, as respostas do sistema nervoso e a organização muscular na gravidade.


A GRAVIDADE É O TERAPEUTA


A gravidade é a força física mais poderosa exercida sobre o corpo humano. Na Integração Estrutural, a gravidade é o terapeuta. Quando se estabelece uma verticalidade e uma simetria adequadas, a força gravitacional flui através do corpo e o sustenta, eliminando desconfortos crônicos decorrentes de sua ação sobre um corpo desalinhado. Para estabelecer um relacionamento harmônico com a gravidade, a estrutura do corpo humano requer um alinhamento vertical equilibrado em torno de um eixo central. 

O corpo humano é extremamente plástico e moldável, e tem uma enorme capacidade de adaptação às circunstâncias da vida. O equilíbrio com a gravidade é quebrado quando as necessidades e exigências do corpo começam a provocar compensações e adaptações em sua estrutura, modificando os padrões de movimento e o alinhamento vertical. 

Como o processo é ininterrupto e as adaptações são automáticas e inconscientes ao longo da vida, perdemos o estado de equilíbrio ideal e a gravidade começa a nos derrubar, em vez de nos suportar. Aparentemente, os músculos funcionam e os ossos estão cumprindo sua função. Mas as alterações na estrutura da fáscia causam um desequilíbrio permanente e só podem ser corrigidas com intervenção física. 



A LINHA VERTICAL

O processo deflagrado pelo Método Rolf de Integração Estrutural não afeta apenas a estrutura física. Afeta a vida como um todo, provoca mudanças somáticas e psicológicas. O alívio dos sintomas é apenas um dos aspectos do trabalho, que tem como objetivo máximo reorganizar o corpo de forma mais eficiente e econômica, além de promover uma consciência corporal sofisticada, baseada na consciência da Linha Vertical. 

A Linha Vertical que atravessa o corpo é nosso modelo. Todos os segmentos do corpo devem estar organizados em torno desse eixo vertical - cabeça, pescoço, tórax, pelve e pernas. O Método Rolf de Integração Estrutural procura desenvolver a consciência da Linha como um referencial permanente de bem-estar e equilíbrio. Em seus ensinamentos, a Dra. Ida Rolf considerava a verticalidade como uma conquista recente do ser humano. Desenvolver a verticalidade em nosso corpo significa despertar potencialidades humanas pouco exploradas. 



CONCLUSÃO


Concluímos que além do conhecimento teórico e também da técnica descrita por Ida Rolf, obtemos um amplo conhecimento a respeito do tecido conjuntivo (fáscia). 

Com base nessas informações desenvolvemos um trabalho adequado, sabendo como se formou, qual o seu desenvolvimento e onde ele pode estar situado . 
Esperamos ter concluído com bastante clareza o objetivo deste trabalho prescrito pelo docente.

 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 2003

 


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