Referência  em  FISIOTERAPIA  na  Internet

 www.fisioweb.com.br 


Trabalho realizado por:
-
Andressa Moreira de Melo *
- Antonio José Coelho Neto *
- Leonardo Henrique Buarque Spinelli *
- Mercia Alméria Oliveira Alves *
- Paulo André S. Ramos *
- Rinaldo de Araújo Estevão *
- Yanna Karla Macário Lopes *
- Tatiana Ferreira de Siqueira Lima **

* Acadêmicos do 4° Período do Curso de Fisioterapia.
** Professora Orientadora da disciplina de Eletroterapia e Hidroterapia. 


TENS NAS CEFALÉIAS TENSIONAIS


RESUMO

Os países mais avançados no estudo das cefaléias são os Estados Unidos, o Brasil em segundo lugar com a Inglaterra, Itália e Noruega. Mesmo com a descoberta de mais de 150 tipos de cefaléia, (entre as seis mais comuns) encontra-se a cefaléia tensional. Proveniente do estresse ocasionado pelas atividades diárias, podendo ainda ser classificada como cefaléia tensional episódica ou crônica. Sabendo-se das causas destes tipos de cefaléia foi estudado e registrado que o uso da TENS tem eficiência nos resultados, agindo de forma analgésica.O presente estudo, realizado através de uma revisão bibliográfica, vem objetivar as cefaléias do tipo tensional, uma vez que a maior parte da população brasileira incluindo crianças, jovens e adultos sabem o que é sentir dor de cabeça. A metodologia do trabalho baseio-se na pesquisa de livros e em artigos com base de dados no medline e plubmed. Logo, a maioria dos trabalhos descreve que a TENS é favorável em vários aspectos , uma vez pelo custo - benefício, onde o paciente deixa de gastar com medicações, além de tomá-los de forma errônea, pela a alto-medição ou a administração de forma excessiva, o que pode provocar a cefaléia crônica diária. O benefício da TENS é um tratamento eficaz por muito mais tempo e até mesmo o seu uso como forma profilática.


Unitermos: Cefaléia de Tensão; TENS; TENS nas cefaléias.



INTRODUÇÃO

Os países mais avançados no estudo das cefaléias são os Estados Unidos, o Brasil em segundo lugar com a Inglaterra, a Itália e a Noruega.(2)

Segundo Raffaelli Júnior e Martins (2001), 93% da população em geral já teve cefaléia pelo menos uma vez ao mês, onde 76% são mulheres e 57% são homens, até mesmo crianças de 06 15 anos sabem o que é sentir dor de cabeça, com um percentual de 39% e 70%, respectivamente.(2)

Não se pode dizer que há uma importância absoluta no diagnóstico diferencial quando se trata do sexo masculino ou feminino, contudo é indiscutível a preferência por um dos sexos. As cefaléias que estão mais ligadas as atividades sexuais incidem mais entre os homens, enquanto as cefaléias do tipo tensional prevalece no sexo feminino. Outra observação é atribuída ao tempo da doença, como também a idade em que o individuo é afetado, não sendo algo exclusivo na infância , na adolescência ou da fase adulta.(1)

Certas atividades do dia-a-dia exigem da musculatura uma contração decorrente de posições antifisiológicas, que se for mantidas por um longo tempo é levada e mantida pelo espasmo muscular. O que pode levar a uma cefaléia do tipo tensional.
(1)

Para as cefaléias tensionais não se pode deixar de mencionar certos agravantes como: os distúrbios de humor, sono e ansiedade.
(1,4)

Já foram descritos mais de 150 tipos diferentes de cefaléia , os mais encontrados ou mais importantes são(2): Cefaléia do tipo Tensional Episódica e Crônica; Cefaléia Migrânia (Enxaqueca); Cefaléia cervicalgênica; Cefaléia Menstrual; Cefaléia em Salvas; Síndrome das pontadas e dos sobressaltos.(1,2,4,5,6)

As cefaléias podem ser secundárias a alguma doença, como por exemplo, a cefaléia que ocorre por uma hemorragia subaracnóidea , meningite, hipertensão intracraniana. As cefaléias também podem ser primárias que são as cefaléias: Migrânia , em salvas , e do tipo tensional.
(4)



DESENVOLVIMENTO

A cefaléia do tipo Tensional é a mais freqüente, que havia sido cognominada como cefaléia de contração muscular. Esta modalidade de cefaléia tem como mecanismo fisiopatogênico a seguinte seqüência de eventos: uma problemática psicológica desencadearia uma contração muscular que aliada a vasoconstricção levaria a produção de catabólicos algogênicos, dando a dor como resultado final.(4) Conforme, Silva (2003), as cefaléias tensionais tem uma fisiopatogênia complexa , concordado com o resultado final "a dor".

Tribiolli (2003), define dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com um dado tecidual real ou potencional.
(2)

A cefaléia do tipo tensional pode ser episódica ou crônica de caráter constritivo, em peso ou ardência , habitualmente bilateral ou difusa, de caráter não pulsátil, tem inicio insidioso a partir do despertar intensificando-se paulatinamente no decorrer do dia. 


Quanto as características, as cefaléias tensionais podem ser:

# Episódica: Uma dor de cabeça conhecida como ocasional., que em média é fraca , com referência de dor em toda a cabeça, em peso ou pressão é uma dor tolerável que chega a durar minutos , horas e raramente dias, podendo ocorrer em episódios de 14 crises ao mês, manifestando-se após um excesso emocional , alcoólico ou até mesmo por dormir demais ou dormir de menos.(1,2,3,6)

# Crônica: Tipo de cefaléia que se manifesta de forma fraca ou média, geralmente com dor na cabeça toda, que pode durar horas e/ou ultrapassar 15 episódios ao mês, sem náuseas e vômitos.(1,2,3,6)

Por fim, o que diferencia os dois tipos de cefaléia tensional é o número de crises, onde a Cefaléia do Tipo Tensional Crônica, ocorre no mínimo 15 crises em um mês, e na Cefaléia do Tipo Tensional Episódica ocorre em até 14 episódios ao mês.
(1,3,5) 


A DOR E A TENS 

Para o desencadeamento da dor é necessária uma irritação química ou a deformação mecânica das terminações nervosas. Impulsos dolorosos são enviados ao cérebro, esse processo será iniciado nos tecidos danificados, causando um estímulo nocivo que é transmitido via fibras A - delta (grandes fibras mielinizadas que fornecem o caminho para a TENS, oferecem rápida condução, pois são altamente sensíveis à estimulação elétrica ) e via fibras C (pequenas fibras amielinizadas possuem condução mais lenta e que conduzem estímulos nocivos (dolorosos)), para o corno dorsal (cérebro). Estes estímulos nocivos ao chegarem nos centros superiores do cérebro, ativam os mecanismos descendentes de controle que podem ser inibidos em vários níveis, quando são liberados os opiódes endógenos.(7)

O uso da TENS estimula de forma suficiente os opiódes endógenos, que são substâncias inibidoras da dor, produzidas no cérebro, como as endorfinas e as encefalinas (tipos de opiódes endógenos).(7)


TÉCNICAS E TENS

Com a estimulação elétrica as fibras do tipo C, se tornam incapazes de veicular sua mensagem de dor, logo o uso da TENS pode distorcer o funcionamento do sistema nervoso. Desta forma a Neuroestimulação Elétrica Transcultânea (TENS), ganhou espaço na eletroterapia analgésica devido aos bons resultados obtidos, sendo indicada para o tratamento das dores agudas e crônicas, existindo duas formas básicas de aplicação da TENS com fins analgésicos: alta e baixa freqüência.(3,7) 

A TENS terá freqüência variável de 1 até 250 Hz, onde os parâmetros necessários para aplica-los são: tempo, freqüência e intensidade.(3,5,7,8,9,10,11)


Quanto aos tipos de TENS, temos: 

# TENS CONVENCIONAL: tem apresentação de cadeia contínua, ininterrupta, com impulsos de alta freqüência, curta duração e baixa amplitude, utilizando a freqüência de 75 a 150Hz, não reduz as contrações musculares, recrutando as fibras do tipo A - delta.(7,8) 

# TENS ACUPUNTURA: Apresenta baixa freqüência e alta intensidade, com freqüências menores que 10Hz, desta forma realiza o recrutamento de fibras nervosas sensitivas e motoras com contrações visíveis, objetivando uma parestesia. Bem utilizada para dor contínua, profunda e de longa duração.(7,8)

# TENS BURST: Apresenta característica de alta freqüência de pulsos individuais, variando de 40 a 150Hz, ainda distribuídos em TENS de baixa freqüência, o BURST é utilizado para o tratamento sintomático da dor crônica.(7,8)

# TENS BREVE-INTENSO: Com uma modalidade muito similar ao modo convencional, com estímulo em cadeia interrupta de pulsos em freqüências, onde variam de 100 até 150Hz, desta forma estimulam uma analgesia intensa.(7,8)


TRATAMENTO

Para as cefaléias a terapêutica medicamentosa, inclui: antidepressivos, relaxantes musculares e analgésicos. No entanto, os melhores resultados são obtidos valorizando-se a terapêutica profilática, porém as drogas podem até mesmo promover uma crise álgica, logo, ao invés de tratar as causas, trata-se às crises com drogas de efeitos puramente analgésico, ao invés de tratar as causas.(3,8)

Além do mais, recentemente descobriu-se que o uso excessivo de analgésicos provoca a cefaléia crônica diária. Ao mesmo tempo em que os analgésicos são drogas úteis e eficazes, podem ser prejudiciais, se forem administradas sem critério e com demasiada freqüência.(3,8,11,12)

Em função de alguns pacientes se submeterem ao uso freqüente de vários tipos de medicações, e muitas vezes de maneira aleatória em doses inadequadas e até mesmo não respondem satisfatoriamente aos seus efeitos, foi formulando uma proposta, baseada na utilização da TENS para o alívio da dor , que vem sendo testada desde 1965, sem que tivesse apresentado qualquer efeito colateral danoso.(3,8,11,12)


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A TENS é descrita como uma técnica eletroterapêutica especifica no controle da dor, capaz de alterar a percepção da dor por meio da corrente elétrica. A atuação da TENS será direcionada à redução do espasmo muscular e na inibição da espasticidade muscular, assim com o músculo em sua formação e função restabelecida a dor cessa. 

Oferecendo benefícios duradouros, além de poder ser utilizada de forma profilática livrando o indivíduo das cefaléias e do uso excessivo dos fármacos os quais, por muitas vezes é feito o uso por conta própria, em busca apenas de um alívio e não do tratamento adequado.



DISCUSSÃO

Conforme as pesquisas realizadas, fica claro o estudo das cefaléias do Tipo Tensional não é por acaso, uma vez que esta cefaléia acomete uma grande parte da população de crianças a adultos.

Os autores abordados não se contradizem e mostram que o uso da TENS tem sido satisfatório em sua grande maioria. Relatam ainda que para cada tipo de dor, deverá ter um controle na freqüência, intensidade e no tempo de aplicação, no entanto, qualquer forma objetiva hiperativar os opiódes endógenos, a fim de que se faça desnecessário o uso dos fármacos, tratando as cefaléias de forma duradoura. 



BIBLIOGRAFIA

1. RAFFAELLI JUNIOR, E.; MARTINS, O.J. Dor de cabeça: o que se diz... o que se sabe... São Paulo. Lemos Editorial. 4ª ed. 2003.

2. SILVA, W.F. Diagnóstico das cefaléias. São Paulo, Lemos Editoral, 2003, p. 225-238.

3. BEZERRA, J.C.; LUCENA, A.C.T.; LUCENA, C.L. A estimulação da Neuroestimulação Elétrica Transcutânea (TENS), como coadjuvante no tratamento da cefaléia do Tipo Tensional. Disponível em.
http://www.fisiohoje.hpg.ig.com.br/eletroterapia/cefaleia2.htm/. Acesso em: 10/04/05. 

4. SITE de busca (www.msn.com.br) artigo como: CELALÉIAS. Disponível em: http://www.coesa.org.br/cefaleias/cefaleias.htm . Acesso em: 15/05/2005. 

5. BRONFORT, G.; NILSON, N. HAAS, M.; EVANS, R.; GOLDSMITH, C.H.; ASSENDELFT, W. J.; BOUTER, L.M. Nom-invasive physical treatments for chronic/recurrent headache. Revista: Cochrane Database Syst Rev. n. 3, 2003.

6. Revista Brasileira de medicina. Edição especial 2002. vol. 58. Dezembro 2001. p. 59-66

7. STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. São Paulo. Manole. 2ª ed. cap. 2, p. 37-61, cap. 5.

8. TRIBIOLI, R.A. Análise critica atual sobre a tens envolvendo parâmetros de estimulação para o controle da dor. Ribeirão Preto, 2003. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-10092003-094654/. Acesso em 02/04/2005.

9. CARROL, D.; MOORE, R. A.; MCQUAY, H. J.; FAIRMAN, F.; TRAMER, M.; LEIJON, G. Transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) for chronic pain. Revista: Cochrane Database Syst Rev. n. 3, 2001.

10. STONE, R.G.; WHARTON, R. B. Simultaneous multiple-modality therapy for tension headaches and neck pain. Revista: Biomed Instrum Technol. v. 31, n. 3, Mai - Jun - 1997, p. 259-262.

11. JAY, G. W.; BRUNSON, J.; BRANSON, S. J. The effectiveness of physical in the treatment of chronic daily headaches. Revista: Headache. v. 29, n. 3, Mar - 1989. p. 156 - 162.

12. DOWSON, A. J. Cefaléia. Revista diálogo Científico. ano 1, v. 1, set. 2003. p. 45 - 52.

 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 23/08/05

 


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