INFLUENCE OF THE THERAPEUTIC
ULTRA-SOUND ASSOCIATED TO THE STRETCH IN THE REHABILITATION OF LUMBAR PAIN
RELATED TO THE WORK
RESUMO
Uma das formas mais encontradas de LER/DORT em trabalhadores que atuam em
empresas sem projeto ergonômico é a dor lombar. Esta manifestação é a causa mais
comum de afastamento de trabalhadores na linha de produção das empresas. Um
músculo forçado e realizar um trabalho físico de alta repetitividade, movimentos
rotacionais intensos e de duração prolongada às quais não está habituado sofre
alterações histológicas, inclusive necrose. Nesta pesquisa foram triados dez
pacientes da Indústria de Leites Milênio da cidade de Campo Belo – MG, foi
escolhido esta empresa devido a alta repetitividade na linha de produção e a
falta de estrutura ergonômica da mesma. Os trabalhadores foram divididos em dois
grupos: grupo A com cinco trabalhadores e grupo B também com cinco
trabalhadores. Os dois grupos foram avaliados e foi usado três parâmetros para
comprovar a eficácia do tratamento: manobra de Shouber, distância dedo-solo e
escala visual analógica de dor. O grupo A foi tratado com ultra-som terapêutico
contínuo, 0,8w/cm2 por 5 min na região álgica, associado a alongamentos de
membros inferiores e coluna lombar e o grupo B foi tratado apenas com
alongamentos descritos anteriormente. Os alongamentos foram realizados em 3
séries mantendo o músculo sob estiramento por 20 segundo. Conclui-se através
desta pesquisa que grupo que foi tratado com alongamentos associados a ultra-som
teve melhora significativa com relação a dor se comparado com o grupo que
realizou apenas o alongamento.
Palavra – chave:
Ultra-som, Alongamento, Algias Lombares
ABSTRACT
One of the found forms more of LER/DORT in workers who act in companies without
ergonomic project is lumbar pain. This manifestation is the cause most common of
removal of workers in the line of production of the companies. A forced muscle
and to carry through a physical work of high repetitividade, intense rotational
movements and of duration drawn out to which is not accustomed suffers
histológicas alterations, also necrosis. In this research had been triados ten
patients of Industria de Laticinios Milenio of the city of Campo Belo MG, was
chosen this company due the high repetitividade in the line of production and
the lack of ergonomic structure of the same one. The workers had been divided in
two groups: group A with 5 workers and group B also with 5 workers. The two
groups had been evaluated and were used three parameters to prove the
effectiveness of the treatment: maneuver of Shouber, distance finger-ground and
scales visual analogical of pain. The group was dealt It with continuous
therapeutical ultrasound, 0,8w/cm2 for 5 min in the álgica region, associate the
allonges of inferior members and lumbar column and group B was dealt only with
described allonges previously. The allonges had been carried through in 3 series
keeping the muscle under stretching for 20 second. It is concluded through this
research that group that was dealt with allonges associates the ultrasound had
significant improvement with regard to compared pain if with the group that
carried through only the allonge.
Key-words:
Ultra-Sound; Stretchng, Lumbar Pain
I. INTRODUÇÃO
Historiadores da medicina mostram em seus estudos que é possível detectar alguma
referência sobre a associação entre trabalho e a saúde – doença – ainda que
escassa – já desde próprios egípcios e, mais tarde no mundo greco-romano. Apesar
dessas referências, é compreensível o desinteresse reinante, uma vez que os
trabalhos mãos pesados eram destinados aos escravos oriundos das nações
subjugadas [1].
Os impactos da Revolução Industrial ocorrida na Europa – Inglaterra, França e
Alemanha, principalmente – sobre a vida e a saúde das pessoas tem sido objeto de
numerosos estudos [2,3].
Segundo Hunter [4], no bojo desses impactos sociais destacam-se os impactos
sobre a saúde dos trabalhadores. As condições do trabalho longo, penoso e
perigoso e os ambientes de trabalho agressivos ao conforto e a saúde rapidamente
produziram graves danos à saúde dos trabalhadores.
A evolução dos conceitos e da prática da Patologia do Trabalho no Brasil dá-se
através da “infortunística”, que impregna fortemente a Medicina do Trabalho. A
infortunística é a parte da Medicina Legal, que estuda os infortúnios ou riscos
industriais, sejam agudos físicos e químicos, propriamente acidentes de
trabalho, sejam subagudas ou crônicos, tóxicos ou biológicos, as doenças
profissionais [5].
Ranazzini [6] há quase 300 anos, conseguiu pinçar que as doenças produzidas
pelas condições de trabalho: “posições forçadas e inadequadas, operários que
passam o dia de pé, sentados, inclinados, encurvados etc.” São as que mais tarde
foram denominadas doenças causada pelas condições especiais em que o trabalho é
realizado, também conhecido como mesopatias.
Como melhora das indicações de trabalho surge em 12 de julho de 1949 a
Ergonomia, formado dos termos gregos “ergo”, que significa trabalho e “nomos”
que significa regras, leis naturais. A ergonomia é o estudo ao homem. O trabalho
aqui tem acepção bastante ampla , abrangendo não apenas aquelas máquinas e
equipamentos utilizados para transformar as matérias, mas também toda a situação
em que ocorre a relacionamento entre o homem e o seu trabalho. Isso, envolve não
somente o ambiente físico, mas também os aspectos organização de como esse
trabalho é programado e controlado, ajustando-o às capacidade e limitações
humanas [7].
Lesões por esforços repetitivos – LER e ou DORT- distúrbios extramusculares
relacionados com o trabalho – são de origem ocupacional que atingem dedos,
punhos, braços, antebraços, cotovelos, ombros, pescoço, regiões escapulares,
coluna lombar, resultante do desgaste muscular, tendinoso articulas e
neurológico provocado pela inadequação do trabalho ao ser humano que trabalha.
A educação do quadro LER/DORT só é possível se a abordagem partir do trabalho.
Para tanto, investiga-se a relação de desgaste muscular – tendinoso –
neurológico – articular como as condições de trabalho ritmo, tempo, posturas,
equipamento etc.
Para desempenhar a maioria das tarefas cotidianas, funcionais assim como
atividades funcionais e recreativas é necessário geralmente uma amplitude de
movimento sem restrições e sem dor. A mobilidade adequada de tecidos moles e
articulações parecem ser também com fator importante na prevenção de lesões
novas ou recorrentes. A medida que o músculo se encurta, ele não é mais capaz de
produzir o pico de tensão e desenvolve-se uma fraqueza com retração. A perda de
flexibilidade independe da causa, pode também provocar dor originando-se no
músculo, tecido conectivo ou periósteo. Isso por sua vez causa dor e diminui a
força muscular [8].
A dor lombar é uma das formas mais encontradas de LER/DORT em trabalhadores que
atuam em empresas sem projeto ergonômico. Tem seu aparecimento associado a
movimentos repetitivos e rotacionais de alta duração, mas também a sobrecarga
estática [9].
Vários autores têm estudado os efeitos do ultra-som em pacientes com
sintomatologia de DORT com obtenção de resultados significativos no alívio das
dores relacionadas com essas patologias. Um efeito térmico biologicamente
significante pode ser obtido se a temperatura do tecido for elevada para algo em
torno de 40 a 45º C, durante um mínimo de 5 min. Tecidos com elevado conteúdo
protéico absorvem mais rapidamente que os com maior conteúdo de gordura e quanto
maior a freqüência maior a absorção [10]. O aquecimento controlado pode produzir
efeitos desejáveis, que são: alívio da dor, diminuição da rigidez articular e
aumento do fluxo sanguíneo.
O objetivo desse trabalho foi demonstrar a influência do ultra-som terapêutico
associado a alongamento na reabilitação de pacientes portadores de algias
lombares relacionadas ao trabalho.
Método:
Após a avaliação médica para confirmação da sintomatologia de algias lombares
causadas por overuse e encaminhamento, os trabalhadores foram divididos
aleatoriamente em dois grupos: grupo A, constituído por 5 trabalhadores,
tratados com alongamentos (descritos em anexo 5) e Us; e grupo B, grupo
controle, também constituído por 5 trabalhadores, tratados apenas com
alongamentos. A amostra deste estudo foi constituída por 10 trabalhadores da
Indústria de Laticínios Milênio, em Campo Belo – MG.
As sessões foram realizadas numa freqüência de quatro vezes por semana, num
período de 4 semanas, perfazendo um total de 16 sessões.
O tratamento foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Unifenas, Campus de
Campo Belo, Minas Gerais.
Resultados:
Os dados deste experimento alicersaram-se na análise da escala analógica
visual analógica de pacientes submetidos a cinesioterapia e ao ultra-som
terapêutico. Os dados individuais obtidos na escala visual analógica de dor, na
distância dedo-solo e na escala de Shouber, de cada paciente estão descritos em
anexo 6.
As análises estatísticas deste estudo estão descritas abaixo nas tabelas e
gráficos. Foi realizado o teste t student e foi realizado também comparações
entre os grupos A e B.
Análise 1 – Comparação dos valores obtidos pela Manobra de Shouber no
grupo que recebeu apenas alongamento com o grupo que recebeu alongamento
associado à ultra-som
Dados
Grupo |
1a. Avaliação |
2a. Avaliação |
Diferença |
Alongamento com Ultra-Som |
4,0 |
5,0 |
-1,0 |
Alongamento com Ultra-Som |
5,0 |
5,5 |
-0,5 |
Alongamento com Ultra-Som |
4,5 |
5,0 |
-0,5 |
Alongamento com Ultra-Som |
3,0 |
4,5 |
-1,5 |
Alongamento com Ultra-Som |
4,0 |
5,5 |
-1,5 |
Alongamento sem Ultra-Som |
5,0 |
5,5 |
-0,5 |
Alongamento sem Ultra-Som |
4,0 |
4,5 |
-0,5 |
Alongamento sem Ultra-Som |
2,5 |
4,0 |
-1,5 |
Alongamento sem Ultra-Som |
4,0 |
5,0 |
-1,0 |
Alongamento sem Ultra-Som |
4,0 |
4,5 |
-0,5 |
Tabela 1 - Observa-se
nesta tabela não haver diferença significativa entre os grupos A e B para os
valores obtidos na escala de Shouber na primeira e segunda avaliação.
TESTE T PARA COMPARAÇÃO DOS GRUPOS
Shouber 1ª. Avaliação |
Média |
DP |
p-valor |
Alongamento com Ultra-Som |
4,1 |
0,74 |
0,7103 |
Alongamento sem Ultra-Som |
3,9 |
0,89 |
Shouber 2ª. Avaliação |
Média |
DP |
p-valor |
Alongamento com Ultra-Som |
5,1 |
0,42 |
0,2415 |
Alongamento sem Ultra-Som |
4,7 |
0,57 |
Tabela 1.1 - O teste t
comprova na tabela acima citada não haver diferença entre a primeira e segunda
avaliações, tendo sido encontrado na segunda avaliação p valor diferente de 0.
Shouber Diferença |
Média |
DP |
p-valor |
Alongamento com Ultra-Som |
-1,0 |
0,50 |
0,5237 |
Alongamento sem Ultra-Som |
-0,8 |
0,45 |
Tabela 1.2 - A diferença entre as duas avaliações não são suficientes
para afirmar que alguns dos grupos se comporta de maneira diferente.
Análise 2 – Comparação dos valores obtidos
pela Distância dedo-solo no grupo que recebeu apenas alongamento com o grupo que
recebeu alongamento associado à ultra-som
Dados
Grupo |
1a. Avaliação |
2a. Avaliação |
Diferença |
Alongamento com Ultra-Som |
6,0 |
0,0 |
6,0 |
Alongamento com Ultra-Som |
0,0 |
0,0 |
0,0 |
Alongamento com Ultra-Som |
0,0 |
0,0 |
0,0 |
Alongamento com Ultra-Som |
1,5 |
0,0 |
1,5 |
Alongamento com Ultra-Som |
11,0 |
5,0 |
6,0 |
Alongamento sem Ultra-Som |
30,0 |
16,0 |
14,0 |
Alongamento sem Ultra-Som |
6,0 |
2,0 |
4,0 |
Alongamento sem Ultra-Som |
22,0 |
15,0 |
7,0 |
Alongamento sem Ultra-Som |
10,0 |
2,0 |
8,0 |
Alongamento sem Ultra-Som |
5,0 |
2,0 |
3,0 |
Tabela 2 - Embora as
diferenças pareçam ser significativas em todas as situações observadas, não
podemos afirmar que um dos grupos se comporta de maneira diferente.
TESTE T PARA COMPARAÇÃO DOS GRUPOS
Distância dedo-solo 1ª.
Avaliação |
Média |
DP |
p-valor |
Alongamento com Ultra-Som |
3,7 |
4,76 |
0,0755 |
Alongamento sem Ultra-Som |
14,6 |
10,95 |
Distância dedo-solo 2ª.
Avaliação |
Média |
DP |
p-valor |
Alongamento com Ultra-Som |
2,7 |
3,07 |
0,1014 |
Alongamento sem Ultra-Som |
7,2 |
4,32 |
Tabela 2.1 - O teste t
comprova na tabela acima não haver diferença significativa na primeira e segunda
avaliação, observa-se também que os valores obtidos pela distância dedo-solo são
estatisticamente iguais.
Distância dedo-solo
Diferença |
Média |
DP |
p-valor |
Alongamento com Ultra-Som |
1,0 |
2,24 |
0,0945 |
Alongamento sem Ultra-Som |
7,4 |
7,4 |
Tabela 2.2 - Embora as
diferenças pareçam ser significativas, em todas as situações observadas
apresentam uma alta variabilidade, o que faz com que os valores encontrados
possam realmente, terem acontecidos devido ao acaso.
Análise 3 – Comparação dos valores obtidos
na escala visual analógica de dor no grupo que recebeu apenas alongamento com o
grupo que recebeu alongamento associado à ultra-som
Escala visual média FINAL para todos os dias, segundo o os dois grupos
avaliados
Data |
Alongamento + Ultra-Som |
Alongamento |
11.08 |
6,2 |
6 |
12.08 |
5,6 |
3,6 |
13.08 |
3,4 |
3,8 |
14.08 |
2,8 |
4,2 |
18.08 |
2,4 |
4,2 |
19.08 |
1,4 |
3,6 |
20.08 |
1,2 |
3,8 |
21.08 |
0,8 |
3,2 |
25.08 |
0,4 |
3,4 |
26.08 |
0 |
3,2 |
27.08 |
0 |
3,8 |
28.08 |
0 |
3,4 |
01.09 |
0 |
3 |
02.09 |
0 |
2,2 |
03.09 |
0 |
3 |
04.09 |
0 |
2,6 |
Tabela 3 - Observa-se no
quadro acima que a escala visual média final de dor no primeiro dia é
estatisticamente igual entre os grupos e nota-se também que a partir da terceira
semana houve um decréscimo significativo com o grupo A (alongamentos associado a
ultra-som), o mesmo não ocorrendo com o grupo B (alongamento).
Gráfico: Escala visual média FINAL para todos os dias, segundo o os dois grupos
avaliados
Gráfico 3.1 - Análise gráfica dos dois grupos A e B, mostrando a escala visual
média final de dor para todos os dias, reafirmando a condição encontrada na
tabela anterior em relação ao grupo A, que a partir do décimo dia obteve um
decréscimo significativo em relação a dor.
Escala visual média FINAL considerando as semanas de avaliação, segundo o os
dois grupos avaliados
Data |
Alongamento + Ultra-Som |
Alongamento |
p-valor |
1a. Semana (11 – 14.08)
|
4,5 |
4,4 |
0,797 |
2a. Semana (18 – 21.08) |
1,5 |
3,7 |
0,011 |
3a. Semana (25 – 28.08) |
0,1 |
3,5 |
0,001 |
4a. Semana (01 – 04.09) |
0,0 |
2,7 |
0,000 |
Tabela 3.2 - É importante perceber que na primeira semana os dois grupos são
considerados iguais com relação a esta escala, o que fortalece os resultados
obtidos nas outras 3 semanas. O p valor apresentado na tabela acima se refere ao
teste t para comparar as médias obtidas em cada um dos grupos, nas quatro
diferentes semanas de avaliação, vindo o mesmo a se igualar a 0 na última semana
de tratamento.
Gráfico - Escala visual média final para todas as semanas, segundo os dois
grupos avaliados.
Gráfico 3.2 - No gráfico acima nota-se que na segunda, terceira e quarta semana
os valores da escala visual analógica de dor apresentam valores inferiores
quando se utiliza o alongamento associado a ultra-som. É importante visualizar
que na primeira semana os dois grupos são considerados iguais com relação a esta
escala.
Análise 4 – Comparação da redução dos valores obtidos na escala visual analógica
de dor entre a 1ª semana e as 2ª 3ª e 4ª semanas para cada um dos grupos
avaliados.
Redução da escala visual média FINAL considerando as semanas de avaliação,
segundo o os dois grupos avaliados
Data |
Alongamento + Ultra-Som |
p-valor |
Alongamento |
p-valor |
Redução 1ª para 2ª semana |
3,0 |
0,002 |
0,7 |
0,108 |
Redução 1ª para 3ª semana
|
4,4 |
0,000 |
0,9 |
0,121 |
Redução 1ª para 4ª.semana |
4,5 |
0,000 |
1,7 |
0,004 |
Tabela 4 - A tabela acima se refere a uma utilização especial do teste T. A idéia
nesta comparação é avaliar se os valores obtidos na 1ª. Semana são iguais aos
valores obtidos na 2ª., 3ª. e 4ª. semanas. Para isso, foi calculada a diferença
entre a escala na 1ª. semana e as outras 3 para cada um dos pacientes e então,
procedeu-se com o seguinte teste de hipóteses:
H0: Redução = 0 (Não ocorreu redução da escala visual de dor)
H1: Redução ≠ 0 (Ocorreu redução da escala visual de dor)
CONCLUSÃO: Observando o grupo que utilizou alongamentos associados à Ultra-Som,
nota-se que os valores da 2ª. Semana já são considerados diferentes da semana
inicial de tratamentos, o que nos diz que a escala de dor já sofre redução após
a primeira semana de tratamento. Os valores da 3ª e 4ª semanas também se
mostraram diferentes da 1ª. Quando se observa o grupo que realizou apenas
alongamentos, a redução da escala de dor só
Discussão
Uma das formas mais encontradas de LER/DORT em trabalhadores que atuam em
empresas sem projeto ergonômico é a dor lombar. Essas lesões podem ser de origem
ocupacional, que atingem dedos, punhos, braços, antebraço, cotovelos, ombros,
pescoço, região escapular e lombar resultante do desgaste muscular, tendinoso,
articular e neurológico provocado pela inadequação do trabalho ao ser humano que
trabalha. Tem seu aparecimento associado a movimentos repetitivos, mas também a
sobrecarga muscular estática. Podem estar estadiada em diferentes fases clínicas
relacionadas com diagnóstico, tratamento e medidas de prevenção e está presente
em diferentes ocupações.
Este projeto foi realizado na Indústria de Leites Milênio, situada na cidade de
Campo Belo-MG, onde se localiza a Universidade de Alfenas. Está empresa foi
escolhida para esta pesquisa por apresentar movimentos de alta repetitividade e
sem projeto ergonômico nas condições de trabalho. As categorias de trabalhadores
mais atingidas pelas algias lombares nesta indústria são os usuários de
terminais de vídeo, processadores de dados, operários em linha de montagem e
produção e trabalhadores na preparação de alimentos.
A dor lombar nestes trabalhadores é uma das causas mais comuns de afastamento
destes na linha de produção e administração das empresas. Para tanto
investiga-se a relação do desgaste muscular-tendinoso-neurológico-articular com
condições de trabalho, ritmo, tempo, postura e equipamentos. As várias queixas
localizadas na coluna lombar entre trabalhadores que realizam movimentos
repetitivos e rotacionais são as mesmas relativas a dor muscular.
A imobilização prolongada, a mobilidade restrita, processos patológicos nos
tecidos devido a trauma podem levar o músculo a realizar trabalho forcado de
intensidade ou duração as quais não está habituado. Reconhece-se a dor muscular
com um dos fatores das algias lombares. Postulou-se como uma importante causa da
dor muscular a isquemia do músculo. A simples interferência na circulação
muscular não provoca dor, mas sua contração durante a isquemia sim [9].
A medida que o músculo se encurta, ele não é capaz de produzir o pico de tensão
e desenvolve uma fraqueza com retração. A perda da flexibilidade independente da
causa pode também provocar dor originando-se no músculo, tecido conectivo ou
periósteo. Isso, por sua vez, também diminui a forca muscular [10].
O alongamento pode prevenir limitações, contraturas, fraqueza muscular e
retração do mesmo. A meta geral do alongamento é recuperar ou restabelecer a
amplitude de movimento normal das articulações e a mobilidade dos tecidos moles
que cercam a articulação. As principais metas do alongamento específico é
aumentar a flexibilidade geral, evitar ou minimizar o risco de lesões
músculo-tendíneas. Com isso resulta em benefícios como relaxamento do stress e
tensão, relaxamento muscular, alívio de dores e do sofrimento muscular e o risco
reduzido de lesões
Para tal estudo foi utilizado os alongamentos da musculatura lombar (quadrado
lombar, extensores do tronco ) e da musculatura de membros inferiores ( tensor
da fáscia lata, glúteo máximo, piriforme, iliopsoas, adutores, quadríceps,
isquiotibiais, tríceps sural), divididos em alongamentos passivos e alongamento
ativo. O programa de alongamento foi realizado com uma duração de 20 segundos
permanecidos sob estiramento durante 3 séries para cada músculo citado
anteriormente.
O ultra-som foi utilizado neste projeto por exercer um efeito sobre as células e
tecidos moles diante de um mecanismo térmico, por ser de fácil manejo e baixo
custo. Quando o ultra-som desloca através dos tecidos , uma parte dele é
absolvida e isto conduz a geração de calor dentro do tecido. A quantidade de
absorção depende da natureza do tecido, seu grau de vascularização e da
freqüência do ultra-som. Tecidos com elevado conteúdo protéico absorvem mais
rapidamente se comparados com os que possuem maior quantidade de gordura. O
aquecimento controlado pode produzir efeitos desejáveis que são o alívio da dor,
diminuição da rigidez articular e aumento do fluxo sanguíneo. Os distúrbios
músculo-esqueléticos em geral; espasmos musculares, rigidez articular e dor
necessitam de efeito térmico e por isso a onda deve ser contínua.
Contrariando alguns pesquisadores que investigaram os efeitos do ultra-som
pulsado, 1MHZ, intensidade média de 0.8 w/cm² no estágio agudo de lesão muscular
tardia , não obtendo nenhuma evidência convincente para apoiar o uso do
ultra-som pulsado no grupo de parâmetros discutidos aqui, foi utilizado nesta
pesquisa o ultra-som contínuo, 1 MHZ, intensidade média de 0.8 w/cm² no estágio
agudo de lesão muscular tardia, concluindo resultados benéficos e significantes
para tal modalidade.
De acordo com alguns autores, que pesquisaram os efeitos do ultra-som e
alongamento para extensibilidade do ligamento do joelho com aplicação de 3 MHZ,
com 1,25w/cm² com modalidade pulsada no ligamento colateral medial. Concordamos
que tanto na modalidade pulsada como a contínua usado em nosso estudo não houve
aumento significativo do tecido alongado.
Finalizando nosso estudo foi pesquisado dois grupos de trabalhadores da
Indústria de Leites Milênio divididos em grupo A com 5 trabalhadores e grupo B
também com 5 trabalhadores. Ambos apresentavam algias lombares confirmadas por
avalia;ao fisioterápica e escala visual analógica de dor.
Quando comparados os parâmetros utilizados para avaliação notou-se não haver
diferença significativa em relação a manobra de Shouber. Com relação ao segundo
item utilizado, a distância dedo-solo embora as diferenças pareçam ser
significativas, em todas as situações observadas apresentam uma alta
variabilidade o que faz com que os valores encontrados possam realmente, terem
acontecido devido ao acaso.
Importante perceber que através do gráfico 3 e dados estatístico que na primeira
semana de tratamento os dois grupos são grupos são considerados iguais com
relação a escala analógica de dor. Observando o grupo que utilizou alongamentos
associado a ultra-som, nota-se que os valores da segunda semana já se demonstra
redução do valor da dor na escala analógica. O s valores da terceira e quarta
semana também se mostra diferente da primeira semana.
Quando se observa o grupo que realizou apenas alongamentos, a redução da escala
de dor só ocorre na quarta semana, uma vez que os valores obtidos na segunda e
terceira semana são considerados iguais a situação inicial de tratamento (
tabela 3 ).
CONCLUSÃO
Verificamos através dos dados obtidos na pesquisa que o alongamento associado a
ultra-som proporciona uma redução bem mais rápida da dor, quando comparado a
utilização apenas dos alongamentos.
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