DOENÇA DE LEGG - PERTHES - CALVÈ



INTRODUÇÃO:

A Doença de Legg-Calve-Perthes tem causa desconhecida, acomete mais o sexo masculino, apresenta-se na idade de 4 a 9 anos, conhecida também como enfermidade de Perthes. Sua característica é a morte ( necrose ou infarto) da cabeça femoral.

A doença é uma afecção patológica do quadril imaturo causada por necrose da epífise óssea da cabeça femoral. A causa da necrose total ou parcial da epífise óssea da cabeça femoral imatura permanece obscura, as causas possíveis propostas incluem desequilíbrio endócrino, trauma, inflamação, nutrição inadequada e fatores genéticos. A teoria mais popular é a deficiência da irrigação arterial da epífise, com múltiplos episódios de infarto.



Doença de Legg-Calve-Perthes

Morte da cabeça femoral, onde a circulação da cabeça do fêmur, os vasos nutridores e periósteo do corpo femoral estendem-se até a altura da região trocanteriana e a parte inferior do colo, mas não contribuem para a irrigação da cabeça do osso.

A cabeça femoral tem a sua irrigação de duas fontes: Os Vasos Capsulares e os Vasos do Ligamento Redondo.

Os vasos da cápsula penetram no osso através de orifícios situados ao nível da inserção capsular, complementando o seu curso no interior do osso, ou percorrem a superfície do colo no ligamento que se reflete, da face profunda da capsula e finalmente penetram no osso, na região sub-capsular estes vasos suprem a parte superior do colo do fêmur e grande parte da cabeça femoral.

Os Vasos do Ligamento Redondo são bem definidos nas crianças e, habitualmente permanecem nítidas, durante a idade adulta eles nutrem uma área óssea e cartilaginosa, podendo ser rompidos por ocasião de uma uma luxação traumática do quadril ou ainda podem ser usados por movimentos de rotação forçada ou manipulação da articulação as quais distendem o ligamento redondo sobre a borda do acétabulo. A cabeça do fêmur é irrigada por vasos que provem da capsula. Se estes forem lesados por uma luxação traumática, por uma fratura alta do colo, ou por um deslocamento epifisário sobreviverá a necrose. 

Nas crianças esta complicação pode ser reconhecida nas primeiras semanas, pela densidade relativa da epífise femoral superior, a qual não sofre descalcificação por desuso . As alterações subsequente são as que observam de um modo característico na Doença de Perthes. A proporção que se instala a revascularização e aparecem ilhotas de descalcificação a epífise adquire uma aparência de fragmentação. Só se permite a marcha, osso muito frágil despedaça-se a cabeça do fêmur.



A Doença de Perthes pode ser classificado em 4 fases como:


* 1ª Fase- (Fase inicial) - O paciente não tem sintomas, o RX é o normal e a cintilografia óssea mostra uma zona fria na cabeça femoral.

* 2ª Fase- (Fase esclerose) - O paciente já apresenta alguns sintomas de dor leve no qual pode ser irradiada para o joelho. No RX pode-se observar esclerose da cabeça femoral com trocas de densidade da mesma. Na cintilografia verifica-se um aumento da captação.

* 3ª Fase- (Fase de fragmentação) - O paciente apresenta dor aos movimentos do quadril e joelho, tem marcha claudicante e apresenta pequeno encurtamento do membro afetado. No RX se observa um colapso da cabeça do femoral e perda a esfericidade. Na cintilografia observamos um aumento da captação.

* 4ª Fase- ( Fase cicatrização ) - Sintomas: Dor aos movimentos articulares, claudicação importante, rotação externa do pé, diminuição do membro afetado. No RX: degeneração da cartilagem, deformidade articular da cabeça e acetábulo. Cintilografia igual ao aumento da captação.



DIAGNÓSTICO DA NECROSE

* Exame Clínico - É o mais importante
* RX - válido na 2, 3e 4 fase.
* Cintilografia - Apresenta alterações a partir da 1ª fase.
* Ressonância Magnética - Serve para avaliar a evolução da doença e o prognóstico;
* Artrografia - Usada para verificação da esfericidade da cabeça e detecta sub-luxações.

Devemos empregar todos os esforços afim de chegar a um diagnóstico no máximo 2 a 3 meses após a lesão. Pelo RX de densidade relativa da cabeça do fêmur, se esta forma não for concludente devemos suspeitar dessa complicação quando fizermos o exame clínico veremos os movimentos de flexão não vão além de 90º . O diagnóstico é confirmado nos meses que seguem pela deformação em flexão cada vez mais e nos anos seguintes pela diminuição progressiva da amplitude dos movimentos a comparação com o quadril do lado normal mostra redução do espaço articular conseqüente a erosão da cartilagem articular e uma ligeira mancha marmórea na cabeça do fêmur com densidade irregular e com textura óssea imperfeita e em outros casos a desintegração óssea é muito mais rápida e o diagnóstico clínico é óbvio ao fim do 1 ano a 2 anos após a lesão e a radiografia uma grande distorção, esmagamento e densidade irregular da cabeça do fêmur com desaparecimento completo do espaço articular. 


TRATAMENTO:

No tratamento o objetivo é manter a cabeça femoral esférica e dentro do acetábulo até o término da fase de cicatrização, preservando os movimentos. O tratamento essencial deve proteger a cabeça necrosada contra a compressão até que a revascularização e a renegeração sejam completas. O apoio precoce do peso é o pior tratamento, por que fratura o osso. O sub-condral rompe a superfície articular. Um aparelho em espica não apresenta valor particular e permiti que o doente ande com ele, deixará de Ter qualquer valor, mesmo a tala bifurcada ambulatória é ineficaz. O paciente precisa ser mantido no leito e o membro deve ser tracionado. A tração deve ser contínuo até que a revascularização seja completa e habitualmente prolonga-se de 18 meses a 2 anos. Durante os 1ºs meses enquanto a articulação está irritada e há espasmo muscular e tendência a deformação por flexão e adução, o quadril é também imobilizado em abdução . Nos primeiros 12 ou 18 meses, continua-se com a tração por meio de extensão com pesos, ligando o membro aos pés da cama levantando estes e encorajando os movimentos ativos do quadril. Quando o osso aparentemente denso , passa da fase de fragmentação à calcificação completamente uniforme abandona-se a tração . Nos próximos meses o paciente fará exercícios cada vez mais enérgicos, mas sem se apoiar sobre a perna e aumentando progressivamente a duração dos mesmos. Finalmente após 2 anos permite-se que o paciente se apoie sobre o membro sem proteção.


DEVEMOS OBSERVAR VÁRIOS FATORES PARA O TRATAMENTO COMO:

* Idade
* Estágio em que se encontra a doença
* Presença ou ausência de sub-luxação da cabeça femoral
* Deformidades da cabeça.


TRATAMENTO CONSERVADOR OU CIRÚRGICO

Conservador:

* Uso de Muletas
* Fisioterapia
* Aparelho de Abdução Articulado
* Medicamentos
* Repouso


Cirúrgico:

* Abaixamento do Teto Acetabular
* Osteotomias Varizantes Ou Valgizantes




CONCLUSÃO:


Necrose asséptica da cabeça femoral é uma doença de degeneração do quadril onde a porção arredondada do maior osso da perna perde parte da sua irrigação sangüínea e morre. As deformidades na função articular pode ser causado por uma história prévia de trauma ou não é válido lembrar que esse tipo de Doença de Perthes existem vários tipos de alternativas para retardar como o uso de antiflamatórios, fisioterapia e bengalas, até chegar ao ponto de cirúrgia. 
Os resultados depois de uma cirúrgia é satisfatória , fazendo com que o paciente consiga voltar a ter uma capacidade ativa de viver.



BIBLIOGRAFIA:


BALDERSTON, Richard A.; ROTHMAN, Richard H.; BOOTH, Robert E.. O Quadril - Procedimentos Clínicos e Cirurgicos. Editora Revinter.

Site DR. RUI PADILHA - Especilidade em Quadril.
LEGG-CALVE PERTHES DISEASE.
Site PERTHES ASSOCIATION.

APLEY. Ortopedia e Fraturas em Medicina e Reabilitação. Editora Atheneu. 6ª Edição.

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Fonte: www.wgate.com.br/fisioweb

Escrito pelos acadêmicos: Patricia Pinheiro de Castro
Pricila Carius Justi
Fernanda Baptista
Sandro Rosa
Sueli
Tatiana Aragão
Felipe Moretti
Cristiane Kelly
Renata Costa Lopes
Marcelo Nogueira
Aline Bastos Fidalgo


orientado por:  Blair José Rosa Filho