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Trabalho realizado por:
Lorenzo Angel Salvador
Discente do 4º ano do Bacharelado em Fisioterapia do Centro Universitário de Maringá – CESUMAR

Evandro Gonzalez Tarnhovi
Fisioterapeuta docente do Bacharelado em Fisioterapia do Centro Universitário de Maringá – CESUMAR


Estudo Comparativo da Qualidade de Vida em Indivíduos com
Trauma Raquimedular Praticantes e não Praticantes de
Atividades Físicas, Utilizando o Questionário Genérico Sf-36


RESUMO:

O Traumatismo Raquimedular (TRM) tem sido identificado como uma incapacidade de alto custo, que exige tremendas alterações no estilo de vida do paciente (Schmitz, 1993). O aumento da expectativa de vida desses indivíduos fez com que o processo de reabilitação fosse para além da prevenção dos danos causados pela lesão medular, e objetivasse também a melhora da qualidade de vida e a independência funcional. Segundo Cowell (1999), a inatividade após o trauma raquimedular causa uma diminuição da massa muscular e da capacidade aeróbica, uma condição osteoporótica e disfunção renal, e além disso coloca o indivíduo em risco de doenças cardíacas e conseqüentemente reduz sua expectativa de vida. Stots (1999) evidenciou os benefícios da atividade física em indivíduos com TRM, e observou-se uma melhora da força muscular; diminuição das reações psicológicas negativas como a depressão, inatividade mental e isolamento social; melhora da independência nas atividades de vida diária; facilitação para a integração social; diminuição de complicações como infecção do trato urinário, escaras e hospitalizações. O objetivo deste estudo é evidenciar os benefícios da atividade física na qualidade de vida dos lesados medulares. Para tanto, foram selecionados 7 voluntários com lesão medular após aplicado os critérios de inclusão e exclusão, sendo 5 sedentários e 2 praticantes de atividade física, que consentiram em participar do estudo e estes foram interrogados com uma ficha de avaliação contendo os dados pessoais e das disfunções existentes, e foi aplicado o questionário genérico SF-36 para avaliar a qualidade de vida de ambos os grupos. Os dados adquiridos foram analisados estatisticamente, e com base na análise dos gráficos, obtivemos como resultado uma maior capacidade funcional, de aproximadamente 40%, nos praticantes de atividade física em relação aos não praticantes. Além disso, os aspectos físicos e os sociais dos praticantes são respectivamente 80% e 43% melhores comparado aos não praticantes.

Palavras-chaves: atividade física, qualidade de vida, questionário SF-36, lesão da medula espinhal, paraplegia, reabilitação.


ABSTRACT:

 The Spinal Cord Injured (SCI) has been identified like an incapacity of high cost, that requires many alterations in the style of life of the patient (Schmitz, 1993). The increase from the expectation of life of those individuals with that the trial of rehabilitation went for beyond the prevention of the mischief caused by the wound spinal cord, and it destined also to better from the quality of life and the functional independence. Second Cowell (1999), to inactive after the SCI causes a diminution from the muscular batter and from the capacity aerobic, a condition osteoporosis and disfunction kidney, and beyond that puts the individual in cardiac risk of illnesses and consequently reduces sweats expectation of life. Stots (1999) showed up the benefits from the physical activity in individuals with SCI, and observed herself a better one from the muscular force; diminution of the psychological reactions negative film strip as the depression, inactive mental and social isolation; better from the independence in the daily activities of life; facilitation for the social integration; diminution of complications as infection of him I try urinary, wound and hospitalization. The objective of this myself study he is he show up the benefits from the physical activity in the quality of life of him damaged spinal cord. For so much, they were selected 7 volunteers with wound spinal cord where they were applied the criteria of enclosure and exclusion, being 5 sedentary and 2 people of physical activity, that they consented in participate of the study and these they were interrogated with a token of evaluation containing the given personals and of the disfunction existing, and was applied the generic questionnaire SF-36 to evaluate the quality of life of both the groups. The facts acquired were analyzed statistic, and on the basis of the analysis of the graphics, obit I eat turned out a bigger functional capacity, of approximately 40%, in the people that does of physical activity regarding the people that don’t. Beyond that, the physical aspects and the social of the they carry out of physical activity are respectively 80% and 43% better compared to the do not they carry out.

Key words: physical activity, quality of life, questionnaire SF-36, spinal cord injury (SCI), paraplegic, rehabilitation.
 

 

1- INTRODUÇÃO

1.1- Descrição do Problema

O traumatismo raquimedular (TRM) tem sido identificado como uma incapacitação de alto custo, que exige tremendas alterações no estilo de vida do paciente (Schmitz, 1993). A medula espinhal (ME) conduz impulsos para o encéfalo e impulsos que dele se originam. As várias vias aferentes e eferentes, proporcionam um elo vital no controle do sistema nervoso autônomo, portanto a transecção da medula irá resultar na perda da capacidade motora, sensibilidade superficial e profunda, controle vasomotor, controle intestinal e da bexiga e função sexual (Bromley, 1997).

De acordo com estimativas americanas, podemos observar o grande aumento no número de casos novos por ano, aproximadamente 11.000 (Schmitz, 1993). Isso mostra que o número de pacientes está crescendo, necessitando assim de medidas preventivas e novos recursos terapêuticos para uma melhor abordagem desses indivíduos.

Até recentemente, o tratamento de lesados medulares estava restrito apenas a clínica e de forma individual, prevenindo apenas os danos à medula espinhal, e com isso o tratamento fisioterapêutico ficava limitado.

Além disso, o aumento da expectativa de vida desses indivíduos fez com que o processo de reabilitação fosse para além da prevenção dos danos causados pela lesão medular, e objetivasse também a melhora da qualidade de vida e a independência funcional. Com isso, Peixoto (2003) afirma que a promoção e a atenção á saúde dos indivíduos lesados medulares, englobam medidas restauradoras, preventivas e de reabilitação para a melhoria das funções motoras ou sensitivas e do bem-estar.

Segundo Cowell (1986) apud Lampert (1999), a inatividade após o trauma raquimedular causa uma diminuição da massa muscular e da capacidade aeróbica, uma condição osteoporótica e disfunção renal, e além disso coloca o indivíduo em risco de doenças cardíacas e conseqüentemente reduz sua expectativa de vida. Stots (1986) apud Lampert (1999), evidenciou os benefícios da atividade física em indivíduos com TRM, e observou uma melhora da força muscular, coordenação e resistência; diminuição das reações psicológicas negativas, como a depressão, inatividade mental e o isolamento social; melhora da independência nas atividades de vida diária; diminuição de complicações como infecção do trato urinário, escaras e hospitalizações; e melhora do humor.

Com base nesses autores, resolvemos empregar o questionário genérico SF-36, adaptando-o de acordo com os voluntários desse estudo. Esse questionário foi revisado em 1996 e validado no Brasil em 1999, abrangendo a avaliação da qualidade de vida sobre 8 aspectos: a capacidade funcional, os aspectos físicos, a dor, o estado geral de saúde, a vitalidade, os aspectos sociais, o aspecto emocional e a saúde mental. Com base nesses itens, podemos avaliar como está a qualidade de vida, comparando grupos de praticantes e não praticantes de atividades físicas.


1.2- Justificativa Teórica

A paraplegia é a paralisia completa de ambas as extremidades inferiores e de todo ou parte do tronco, como resultado do dano à medula espinhal torácica, lombar ou de raízes sacrais (Bromley, 1997).

Segundo Gebrin et al. (1997), a incidência do trauma raquimedular vem se estabilizando em vários países desenvolvidos, mais há ainda um grande custo de vidas, sofrimento humano e repercussões econômicas. A incidência varia de 9 a 49 casos por milhão de pessoas, sendo a menor na Dinamarca, seguida pelo Japão, mesmo com excelentes programas de prevenção. Estes índices certamente são maiores nos países em desenvolvimento, como no Brasil.

A lesão da medula espinhal é uma das mais graves complicações que causam incapacidade no ser humano, pois provoca falência de uma série de funções vitais como na locomoção, sensibilidade, sexualidade, sistema urinário e intestinal e do sistema nervoso autônomo. Considerando ainda que as principais causas do traumatismo raquimedular são as traumáticas e que a maioria da população atingida tem menos de 40 anos e são jovens ativos, podemos observar uma grave incapacidade que os acomete, de forma abrupta com repercussões físicas e psicológicas (Greve, Casalis e Barros Filho, 2001).

Antigamente o portador de deficiência era considerado um fardo na sociedade, devido à condição física que o restringia. Somente após a 2ª Guerra Mundial, em que os portadores de deficiência física atingiram número considerável, constatou-se então a necessidade de buscar novas estratégias na assistência desses indivíduos. Entretanto, com essa nova situação, foi criado um centro de reabilitação nos quais o esporte e a atividade física, faziam parte da recuperação. Esse centro foi inaugurado em 1944, sendo chamado de Centro Nacional de Lesados Medulares, em Stroke Mandeville, nos EUA, que tinha como objetivo atender os portadores de lesão medular durante a 2ª Guerra Mundial. Desta forma, o neurocirurgião Sir Ludwig Guttman introduziu o esporte para portadores de deficiência como medida terapêutica na reabilitação, e em 1948 ocorreu a primeira competição oficial em Stroke Mandeville (Sampaio, Palma, Nascimento, Saito, Lourenço e Battistella, 2001).

Field-Fote (2000), também observou que nossas visões no tratamento motor de indivíduos com lesão da medula espinhal deveriam mudar, pois à medula sofre neuroplasticidade. Sendo assim, Sampaio et al. (2001), relatou que o processo terapêutico convencional passou a ser complementado com atividades físicas, observando aumentos consideráveis da força, potência aeróbia, coordenação, função cardiopulmonar, equilíbrio e flexibilidade.

Segundo Jones et al. (2000), através de um estudo comparativo de grupos ativos masculinos com lesão medular, evidenciou que o exercício tem influência na osteogênese, preservando assim a massa óssea.

As modificações provocadas pelo trauma raquimedular ainda não podem ser revertidas pelos recursos científicos atuais, portanto, Casalis (2001), afirma que somente desenvolvendo sua riqueza interna, o lesado medular poderá alcançar o mais completo reajuste físico e psicológico, readquirindo sua capacidade de viver e trabalhar.

Segundo Ares e Casalis (2001), as lesões medulares em níveis torácicos preservam a função dos membros superiores, deixando os pacientes com potencial de se tornarem independentes nas atividades de vida diária, tais como transferência, mudanças de posicionamento, manejo da cadeira de rodas e até para dirigir carros adaptados.

Já ao nível de T6 a T12, temos preservação dos músculos extensores superiores do dorso, abdominais e paravertebral, portanto se tem um maior controle do tronco. Nesse nível o paciente tem como objetivos funcionais principais a independência total em AVD, transferência e locomoção na cadeira de rodas; ortostatismo com órtese; marcha não funcional em ambientes curtos; sem restrições para dirigir automóveis adaptados (Greve e Castro, 2001).

Também é importante ressaltar que à medida que nós envelhecemos, a tendência a perda de massa muscular aumenta, preferencialmente as fibras do tipo II, responsáveis pelas contrações rápidas. Como podemos observar em um estudo feito por Welle et al. (1993) apud Hameed, Harridge, Goldspink (2002), a taxa de síntese protéica miofibrilar foi 28% menor em idosos na faixa etária de 62-81 anos em relação a jovens adultos entre 21-31 anos.

As alterações musculoesqueléticas que ocorrem nesses indivíduos também estão relacionadas com perda ou diminuição funcional, que vão refletir no metabolismo basal, função renal, cardíaca e pulmonar, causando o acúmulo de doenças crônicas como a diabetes, hipertensão, osteoporose e obesidade (Silva, 2003).

Já Hoffman (1986) e Lasko e MacCarthey (1991) citado por Sampaio et al. (2001), relatam que as alterações metabólicas conseqüentes do trauma raquimedular estão associadas à redução da atividade. Sampaio et al. (2001), afirma ainda que essa diminuição do metabolismo e a redução dos níveis de atividade podem ocasionar aumento de lipídeos no organismo, fazendo com que esses indivíduos possuam risco duas vezes maior de desenvolver obstrução das coronárias e conseqüentemente, infarto agudo do miocárdio.

Para comentarmos sobre os benefícios da atividade física, é de extrema importância deixar claro que o processo reabilitação com os exercícios físicos são iniciados em uma fase mais tardia da lesão, pois de inicio os indivíduos são totalmente dependentes e necessitam de cuidados especializados, devido o estado de “choque espinhal”.
 

Sampaio et al. (2001), afirma que: o processo de reabilitação tem como uns de seus objetivos contribuir para a melhora da auto-imagem, da autoconfiança e, portanto, para a inclusão social. Ainda observou que o esporte conduz à melhora da condição psicossocial, facilitando seu acesso às atividades regulares na comunidade. Além do mais, não há atividade física sem convívio social, portanto o esporte, como parte integrante do processo de reabilitação, intensifica contatos sociais, aumentando a participação na sociedade, acelerando a integração social do portador de lesão medular. Sendo assim, com a prática esportiva, a imagem do lesado medular é modificada, passando a ser associada à potencialidade e habilidade e, não, à incapacidade.


Em cima dessas considerações, não se tem dúvida quanto aos benefícios orgânicos, sociais, psicológicos, emocionais, econômicos e culturais que a atividade física proporciona, dentro do processo de reabilitação, favorecendo a integração social e melhorando a qualidade de vida.

Segundo Leal Junior et al. (2003), independente dos estudos realizados em indivíduos saudáveis ou acometidos por patologias, parece haver um consenso na literatura de que os exercícios físicos relacionam-se a um estilo de vida saudável e a um aumento da expectativa de vida, e cada vez mais, aumentam os indícios de seus efeitos benéficos na saúde.


1.3- Objetivo

Evidenciar os benefícios da atividade física na lesão medular através de um estudo comparativo da qualidade de vida em indivíduos com trauma raquimedular praticantes ou não de atividades físicas, utilizando o questionário genérico SF-36.



2- METODOLOGIA

2.1- Fontes de Informação e Participantes

Para realização deste trabalho, foram feitas pesquisas em livros e artigos relacionados ao assunto de interesse na biblioteca do CESUMAR e da UEM, em banco de dados na internet, como Lilacs, Scielo, Bireme, COMUT e MEDLINE. Para a obtenção dos dados empíricos, contamos com a colaboração dos pacientes do Ambulatório da Clínica de Fisioterapia do CESUMAR e dos participantes dos projetos do CVI (basquete e da natação), além do questionário genérico SF-36 sobre a qualidade de vida, o qual adaptamos para os voluntários deste estudo (anexo A). Ainda utilizamos a ficha de avaliação para coletarmos os dados pessoais e das disfunções existentes (anexo B). Os participantes desta pesquisa são 7 paraplégicos com lesão medular completa, que estão de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, sendo 2 indivíduos praticantes de atividade física e 5 não praticantes, sendo 6 do sexo masculino e 1 do sexo feminno. Todos os participantes selecionados apresentam traumatismo raquimedular completo, segundo a classificação da ASIA (American Spinal Injury Association) – anexo C, sendo os paraplégicos portadores de lesão em média há 6 anos e 2 meses, e com idade variando entre 25-40 anos. Os indivíduos apresentaram como etiologias do TRM de maior incidência o acometimento por projétil de arma de fogo (71%) e acidente automobilístico (29%). Os critérios adotados para a seleção dos participantes foram de inclusão e exclusão, sendo o primeiro constituído por: a) lesão medular completa, b) nível de lesão de T1-T12, c) idade entre 18 e 40 anos, d) tempo de lesão maior que 2 anos, e) já ter praticado atividade física, e o segundo: a) comprometimento do cognitivo, b) doenças cardíacas graves.


2.2- Materiais


Foram utilizados um questionário genérico SF-36 sobre qualidade de vida, o qual adaptamos-o para os voluntários do estudo; ficha de avaliação para coletarmos os dados pessoais e das disfunções existentes, termo de consentimento livre e esclarecido (anexo D); um computador; máquina fotográfica; livros e periódicos da biblioteca do CESUMAR e da UEM; e a Classificação Neurológica e Funcional de Lesões na Medula Espinal traduzido (1999) segundo a ASIA (American Spinal Injury Association).


2.3- Procedimento


Inicialmente fizemos um comentário claro sobre os procedimentos do projeto e empregamos o termo de consentimento livre e esclarecido. Após a aceitação do sujeito em participar do estudo, interrogamos-o de acordo ficha de avaliação coletando os dados pessoais e das disfunções existentes, e depois empregamos o questionário genérico SF-36 sobre qualidade de vida.
Depois de realizadas todas as entrevistas, obtivemos um número de 17 sujeitos com lesão medular. Com base nessas entrevistas, empregamos os critérios de inclusão e exclusão, e após foram divididos em dois grupos, sendo o grupo 1 (G1) com 2 indivíduos praticantes de atividade física, e o grupo 2 (G2) com 5 indivíduos não praticantes. Em seguida analisamos os questionários e fizemos as análises estatísticas de forma qualitativa para podermos observar as diferenças entre os dois grupos.


 

3- RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados que obtivemos em relação à capacidade funcional, aos aspectos físicos e sociais, condizem com que Stots (1999) e Sampaio (2001) evidenciaram, em que a atividade física, melhora a independência nas AVDs, auto-estima, diminui as reações psicológicas negativas, como o isolamento social e a melhora do humor, assim como melhora na auto-imagem, autoconfiança e intensifica os contatos sociais.

Podemos evidenciar na figura 1 que os indivíduos com TRM praticantes de atividade física, apresentam uma capacidade funcional média de 85% em relação aos não praticantes com 48%. Com base nesse item da avaliação da qualidade de vida, fica claro observar que os praticantes de atividades físicas apresentam uma menor dificuldade para realizar as atividades do dia-a-dia, tais como aquelas que exigem levantar objetos pesados, varrer uma casa, tomar banho e vestir-se, etc.


 

Figura 1: Capacidade Funcional em praticantes e não praticantes de atividades físicas
 


Já quanto aos aspectos físicos (figura 2), também fica claro evidenciar que os praticantes de atividade física, apresentam uma melhor atividade física diária, em média de 100% em relação aos não praticantes com 20%. Com base nesse item da avaliação da qualidade de vida, podemos observar que os praticantes de atividade física apresentam uma menor dificuldade para se dedicar ao seu trabalho ou a outras atividades.

 

Figura 2: Aspectos Físicos em praticantes e não praticantes de atividades físicas
 

Em relação aos aspectos sociais (figura 3), evidenciamos que os praticantes de atividade física apresentam em média 88% de atividades sociais, enquanto que os não praticantes com 45%. Podemos então observar que os praticantes de esporte, apresentam uma melhor sociabilidade em relação aos não praticantes, tais como a relação com a família, vizinhos, amigos, assim como de visitar amigos, parentes, etc.

 

Figura 3: Aspectos Sociais em praticantes e não praticantes de atividades físicas
 

Já quanto às etiologias (figura 4), observamos que 29% foi devido a projétil de arma de fogo e 71% por acidente automobilístico. Com base nisso, fica claro que a incidência maior do TRM é decorrente ao acidente automobilístico, concordando assim com Stokes (2000).
 


Figura 4: Etiologias dos voluntários
 

4- CONCLUSÃO

Com base nesse estudo, evidenciamos os benefícios da atividade física na qualidade de vida dos lesados medulares, observando melhoras na capacidade funcional e nos aspectos físicos e sociais. Sabemos que o número de praticantes de atividade física não foi compatível aos dos não praticantes, sendo necessário ampliar este em um número maior de voluntários e também realizar um levantamento de quantas pessoas sofrem com a lesão medular anualmente e suas principais etiologias, para atuarmos não só no aspecto reabilitativo e preventivo, mas também quanto a qualidade de vida e a independência funcional. Devemos então incentivar a prática de atividade física regular para este grupo de pessoas, sendo que não é o que evidenciamos em academias de natação, musculação e centros poliesportivos, pois através da análise da qualidade de vida deste estudo, ficou claro os benefícios da prática esportiva.



5- REFERÊNCIAS

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Stokes, M. Neurologia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000.

 

Obs.:
- Artigo recebido pela Internet.
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de seu autor.
- Publicado em 05/03/04



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